Esse levantamento servirá para reunir informações sobre o número real de moradores, o que cultivam e comercializam, além de dados específicos e peculiares de cada família, fundamentais para o desenvolvimento e fomento de uma produção com maior rentabilidade. "A partir da avaliação do perfil das famílias, das suas vocações para lidar com essa ou aquela atividade e das condições da propriedade, será traçado um planejamento de gestão para orientar e auxiliar na melhoria da produção e propiciar um incremento na renda desses produtores", pontuou a coordenadora de Socioeconomia da CHTP, Marcileny Miranda.

As atividades na localidade tiveram início após reunião realizada no dia 04 deste mês, que contou com a participação de membros da comunidade Rio Jordão, da Empresa Mato-Grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Gaia Social e CHTP. De acordo com o supervisor local do escritório da Empaer em Paranaíta, José Eduardo dos Reis, os trabalhos começam na Rio Jordão e depois serão estendidos para outras 21 comunidades do assentamento. "A maioria das famílias trabalha com pecuária leiteira, vamos atender esse setor e também atuar na busca e implementação de novas fontes de renda por meio da agricultura", disse.

Nos próximos três anos o assentamento irá receber investimentos alocados pela CHTP junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O programa vai atender o assentamento com capacitações, assistência técnica para diversificação da produção, aquisição de patrulhas mecanizadas, recuperação e manutenção de estradas, construção de centro comunitário, georreferenciamento das propriedades, regularização de títulos de posse das propriedades, cadastro ambiental rural, criação de unidades demonstrativas de produção, recuperação de nascentes e plantio de mudas em áreas degradadas.

O produtor José Teixeira Santos, mora na comunidade Rio Jordão desde 1990, ele conta que sua principal fonte de renda vem do gado leiteiro. "Já cheguei a ter produção diária de 80 litros, hoje fica na média de 40. Preciso melhorar a alimentação e a genética dos animais, mas não posso vender o gado para investir. Preciso de orientação, apoio e assistência técnica porque eu quero ficar aqui e crescer eu não quero ter que sair daqui", disse José.

O lançamento oficial do projeto ocorreu no dia 10 de maio. Além da CHTP, as ações tem a parceria Prefeitura Municipal de Paranaíta, Instituto Centro de Vida (ICV), Empaer, Gaia Social e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). As atividades do projeto serão acompanhadas por um conselho gestor que será formado por representantes das comunidades do assentamento, BNDES, CHTP, Prefeitura de Paranaíta, Incra e ICV.