A coordenadora de Socioeconomia da CHTP, Marcileny Miranda, explica que à atividade marcou o encerramento de um ciclo de capacitações que abordou em encontros anteriores os temas: Proteção e Recuperação de Mata Ciliar e Intercâmbio de Saberes com visita técnica a propriedades rurais do assentamento. "Nosso objetivo foi de auxiliar esses produtores na recuperação e preservação de Áreas de Preservação Permanente, como forma de garantir o abastecimento de água nas propriedades rurais, recuperar áreas degradadas e também de orientar no gerenciamento dos trabalhos para implantação de um sistema de produção diversificado e sustentável", destacou a coordenadora. Além das palestras que fazem parte do Programa de Educação Ambiental do empreendimento, a CHTP disponibilizou mudas de espécies nativas e assistência técnica para atender as famílias durante o processo de reflorestamento no assentamento.

De acordo com dados da Administração Municipal de Paranaíta, o assentamento São Pedro possui 22 comunidades rurais e está entre os maiores do Brasil, com cerca de 800 famílias, num total de aproximadamente três mil moradores. A renda familiar da maioria dos moradores é obtida através da Agricultura Familiar. "Tenho um pouquinho de tudo, gado, carneiro, porcos, e minha maior dificuldade está na terra degradada. E essas palestras ajudam muito no dia a dia. Eu comecei cercar as áreas de APPs com lascas de Itaúba, cinco fios de arame, tudo bem feitinho para ser um serviço definitivo, agora descobri que fiz as metragens completamente erradas e se tiver que mudar é outro custo. Agora com certeza vou fazer o resto do jeito certo", revelou o produtor José Carlos Alvin, morador do assentamento.

O engenheiro agrônomo Julio Santin guiou a visita técnica dos participantes a três propriedades rurais além de ministrar a capacitação sobre Gerenciamento. Para o profissional, as famílias precisam entender as propriedades como uma empresa. "É necessário tomar a decisão de melhorar e buscar as informações para fazer, mas para isso, o produtor precisa entender a propriedade rural como uma empresa, que deve ser diversificada, ter as áreas de APPs recuperadas, os investimentos e lucros anotados e gerenciados, porque ali está o ganha pão dele, o mecanismo que vai melhorar as condições de vida dessa família", disse Santin.

A analista ambiental da Walm, Luciana Swidersk, também ressalta a importância de saber utilizar os mecanismos corretos na propriedade rural com um gerenciamento eficiente. "Ao utilizar o esterco como adubo, por exemplo, ele pode economizar ao deixar de comprar adubos químicos e aumentar o lucro. São ferramentas que eles possuem, mas muitas vezes não sabem como usar", destacou a analista. Os cursos do Programa Ambiental foram ministrados no auditório da Escola Municipal Maria Quitéria no assentamento São Pedro entre os meses de setembro e novembro.