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Com apoio da UHE Teles Pires, safra recorde de castanha gera renda para povos indígenas
O Projeto Piloto da Castanha, que faz parte do Programa de Identificação e Manejo de Novas Fontes de Produtos de Florestais não Madeireiros, realizado pela Companhia Hidrelétrica Teles Pires, do Grupo Neoenergia, obteve seu melhor resultado em 2018.
Publicado em 12.05.2018 às 22h41
Fonte: UHE Teles Pires / Assessoria de Comunicação
Durante o período, a safra coletada pelas comunidades envolvidas, das etnias Kayabi, Munduruku e Apiaká, ultrapassou as 62 toneladas. Um recorde em relação às 28 toneladas colhidas em 2017.
O lucro total da produção também aumentou expressivamente: de R$ 140 mil para R$ 253 mil. O projeto tem como principal objetivo dar suporte às comunidades indígenas para que preservem seu modo de vida e obtenham autonomia financeira, por meio de um modelo sustentável e compatível com a preservação da floresta.
Prática cultural transformada em geração de renda
Há três anos, as comunidades indígenas, que vivem na divisa dos estados do Mato Grosso e Pará, passaram a contar com o apoio dos modernos conhecimentos de manejo florestal sustentável para transformar a prática cultural em geração de renda. Para tanto, a empresa Mapsmut, contratada pela Hidrelétrica Teles Pires, realizou um inventário florestal na região e identificou, juntamente com os indígenas, as áreas de maior potencial para a produção extrativa dos frutos da castanha-do-brasil (também conhecida como castanha-do-pará) e do óleo de copaíba, remédio indígena que, há muito tempo, integra o vasto estoque nacional de plantas medicinais. Desta forma, a identificação e o acesso às áreas de extração são facilitados, potencializando a produção.
Atualmente, concluindo o ciclo, a Hidrelétrica Teles Pires está construindo três galpões para secagem e armazenamento das castanhas nas aldeias polo das três etnias, cada um deles com 168 metros quadrados e dotado de bancadas para secagem e área de armazenamento.
Por outro lado, os povos indígenas foram apoiados para inserir seu produto em um universo de mercado justo, aumentando o protagonismo de suas associações: "Como equipe técnica, trabalhamos intensamente para mostrar que a produção de castanha pode ser uma fonte de renda muito importante. Na atualidade, essa é, talvez, a melhor alternativa, pois através dela é possível integrar a manutenção de hábitos tradicionais, a geração expressiva de renda e a efetiva gestão territorial. Tudo isso de forma legal, em sincronia com diversas políticas públicas, como a Política Nacional de Gestão Ambiental e Territorial em Terras Indígenas", explica Ayslaner Gallo, diretor de Pesquisa da empresa Mapsmut.
Construção de um projeto participativo
A CHTP também ofereceu todo o apoio logístico necessário para o escoamento do produto nas safras 2016/2017 e 2017/2018, fornecendo desde os sacos para acondicionamento dos ouriços ao combustível para transporte nos barcos a motor que pertencem aos indígenas. Todo o processo de construção do projeto piloto foi participativo e, na medida em que este se consolida, torna-se também mais autônomo, com protagonismo das associações representativas das comunidades indígenas contempladas: estas decidem livremente sobre o escoamento da produção, bem como sobre a destinação e distribuição de lucros.
Desta forma, a tecnologia social que permeia o projeto também se transforma em um conhecimento a mais que pode ser compartilhado com outros grupos, em outras terras indígenas. Para Osmar José Schickmann, presidente da Arapama (Associação Regional de Apicultores da Amazônia Apiacaense), que este ano adquiriu a produção do povo Apiaká, a parceria com a CHTP foi essencial para a consolidação do processo e para o sucesso obtido: "Eu vejo com muito bons olhos essa iniciativa da usina, a parceira nesse processo, pois facilita o escoamento do produto diretamente da aldeia até o porto. Se não fosse o subsídio do empreendimento, possivelmente algum intermediário faria isso, mas com certeza os custos recairiam sobre a produção, desvalorizando o produto e desestimulando a coleta”.
A opinião é compartilhada pelo presidente da Associação Sawara, Raimundo Paigo Munduruku. "Para o povo indígena é de fundamental importância esse apoio da Teles Pires. Faz anos que a CHTP nos apoia e isso gerou um avanço grande na comunidade, fortaleceu as lideranças e a organização social de base, que tem essa missão de gerar alternativas e melhores condições para cada família Apiaká”, atestou o chefe indígena. Além do Programa de Identificação e Manejo de Novas Fontes de Produtos de Florestais Não Madeireiros, outros 17 programas socioambientais integram o Projeto Básico Ambiental Indígena (PBAI) da Hidrelétrica Teles Pires, que é desenvolvido junto aos povos Apiaká, Kayabi e Munduruku, do Baixo Teles Pires.