O reservatório que será formado pela Usina Hidrelétrica Teles Pires, que contará com área de 9,5 mil hectares, será seguramente propício para a prática de esportes náuticos, como canoagem e  rafting. Essa foi a avaliação preliminar do velejador Lars Grael, duas vezes medalhista olímpico na Classe Tornado (bronze em Seul 88 e Atlanta 96) e várias vezes campeão brasileiro e sulamericano, sobre as condições do futuro lago Teles Pires.“Seguramente", afirmou Grael que, a convite do Sebrae,  irá apresentar um trabalho sobre as possibilidades de exploração de turismo sustentável e esportes náuticos no futuro lago artificial da UHE Teles Pires, com propostas para gerar perspectivas econômicas para Paranaíta. "É trazer uma visão sobre o projeto, com a implementação do turismo sustentável e responsável, agregando valor e gerando perspectivas para Paranaíta", explicou. O Sebrae foi contratado pela Companhia Teles Pires para executar o Programa de Apoio à Revitalização e ao Incremento da Atividade de Turismo (P.38)“Aqui, no rio Teles Pires, pode ser feito um trabalho para preservar a natureza, com turismo de qualidade, com ações sustentáveis", disse. Paranaíta, na sua opinião, tem todas as condições de se tornar uma referência para a exploração do turismo e de esportes náuticos. Segundo ele, para fazer uma avaliação mais precisa sobre as possibilidades turísticas e esportivas, será necessário realizar um levantamento técnico.Somente depois de conhecer o regime de ventos sobre o rio Teles Pires, Lars irá avaliar a possibilidade de exploração, no futuro reservatório, do esporte da vela, modalidade em que iniciou a carreira desportista na categoria de Optimist e Pinguim, em Brasília. Pela sua experiência, avalia que a vela não deverá ter espaço logo no início na formação do reservatório. Com a capacitação de mão de obra e importação dos equipamentos para Paranaíta, o velejador acredita que aos poucos será possível levar ao lago Teles Pires, a cultura do esporte da vela. Acompanhado do diretor de Meio Ambiente da Companhia Hidrelétrica Teles Pires (CHTP), Marcos Duarte e da assessora executiva do Sebrae, Marta Torezzan, Lars Grael teve a oportunidade de sobrevoar o rio Teles Pires, no dia 24.Acesso democrático às margensAntes mesmo de conhecer o rio, Lars Grael recomendou que o acesso às margens do Teles Pires seja democrático, com a possibilidade de instalação de embarcadouros, áreas de abastecimento e locais para a ancoragem dos barcos, marinas. Ele demonstrou preocupação com a possibilidade de ocupação irregular das margens do rio e com a possibilidade de impacto ambiental negativo.Grael contesta as afirmações de que vela seria um esporte caro. Segundo ele, os equipamentos são baratos. Quando esteve à frente da Secretaria Nacional do Esporte, no governo Fernando Henrique Cardoso, Lars Grael instituiu o Projeto Navegar, que hoje está no âmbito do programa Segundo Tempo do Ministério do Esporte, um programa estratégico do governo federal, que tem como objetivo democratizar o acesso à prática e à cultura do esporte de forma a promover o desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens como fator de cidadania e melhoria da qualidade de vida. Em São Paulo, trabalhou no Navega São Paulo, um programa semelhante ao Segundo tempo. Hoje há uma verdadeira rede nacional de iniciativas de resgate social por meio da vela e do remo.SuperaçãoNa terça-feira, 23, Lars Grael pôde conhecer detalhes do projeto da UHE Teles Pires em conversa com diretores e gerentes da Companhia Hidrelétrica Teles Pires.  Apaixonado por navegação, Lars já visitou reservatórios das principais hidrelétricas do país, avaliando as possibilidades de exploração de atividades náuticas em cada um deles.Durante a conversa, Lars Grael surpreendeu a todos ao demonstrar um profundo conhecimento sobre hidrelétricas e, também, sobre o projeto hidrelétrico Teles Pires. Ele adquiriu tal conhecimento no período em que ocupou a superintendência de Relações Institucionais da Light, no período entre 2007 e 2008. Atualmente, Grael é consultor e patrocinado da Light e membro do Conselho do Instituto Light.Desenvolvimento com SegurançaA visita de Lars Grael à Paranaíta incluiu palestra na Câmara de Vereadores, para um público de, aproximadamente, 350 pessoas. No canteiro de obras, Grael palestrou em uma tenda no setor administrativo, para um público de 45 funcionários que estão envolvidos na obra.Durante sua palestra no canteiro de obras, Lars Grael ressaltou a importância do projeto da UHE Teles Pires. "É um desafio que tem recompensa. Vocês poderão dizer com orgulho que fizeram parte desta obra, que é uma das maiores em construção hoje no País. Vocês estão fazendo parte da história", disse utilizando um tom singelo, porém com a firmeza de quem já superou muitos obstáculos.Grael aproveitou a palestra para ressaltar a importância do uso de equipamentos de segurança. Ele contou que no acidente em que perdeu a perna por pouco também não morreu. O que o salvou, segundo ele, foi o uso de colete salva-vidas.  “Isso salvou a minha vida", afirmou ele, reforçando aos operários do canteiro de obras da UHE Teles Pires, a importância do uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI). No canteiro, os EPIs são peça chave para segurança e significa o uso de capacetes e botas especiais, por exemplo.A palestra de Lars Grael foi interpretada pelo engenheiro sanitarista Alessandro Duarte Moreira Peixoto como uma "injeção de ânimo”. "A história de superação dele é fantástica. Ele é um exemplo!", disse. Sensibilizado com a história de Grael, Luciano José da Silva, outro participante, afirmou que é hora de aproveitar o momento de transformações por que passa Paranaíta após o início das obras da UHE. "A usina está trazendo muitos empregos. Se soubermos aproveitar o momento, teremos uma cidade muito boa no futuro", afirmou.