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Povos indígenas da bacia do Juruena (MT) visitam a UHE Teles Pires
A Companhia Hidrelétrica Teles Pires (CHTP) recebeu nos dias 07 e 08 de novembro cerca de 80 lideranças indígenas dos povos Rikbaktsa, Apiaká, Kayabi e Munduruku da bacia do rio Juruena, localizada no noroeste do Mato Grosso para uma visita às instalações da Hidrelétrica Teles Pires. A atividade ocorreu em apoio à Empresa de Pesquisa Energética (EPE) responsável pelo estudo de viabilidade da Usina Hidrelétrica (UHE) Castanheira.
Publicado em 14.11.2017 às 17h51
Fonte: UHE Teles Pires / Assessoria de Comunicação
Esse novo empreendimento projetado no rio Arinos, afluente do Juruena, entre os municípios de Juara e Novo Horizonte do Norte, terá potência prevista de 140 MW de energia, o suficiente para abastecer uma cidade com mais de 500 mil habitantes. A visita também contou com a participação da Fundação Nacional do Índio (Funai) uma vez que as pesquisas por lá estão em fase de elaboração do componente indígena.
De acordo com a consultora técnica da EPE, Glauce Maria Lieggio Botelho, o processo de licenciamento da usina Castanheira ainda está na fase das pesquisas. "Quando apresentamos o projeto, os povos indígenas solicitaram conhecer uma usina em construção e outra em operação, porque mesmo mostrando desenhos do projeto, eles queriam ver ao vivo, além de fazer um intercâmbio com os parentes que passaram por um processo de implantação de usina para conversar sobre os aspectos positivos e negativos. E quando for apresentada a matriz de impacto e os programas do PBAI (Projeto Básico Ambiental Indígena) eles vão ter muito mais propriedade e conhecimento", disse a consultora.
Com o acompanhamento dos técnicos da UHE Teles Pires, os grupos indígenas do Juruena tiveram a oportunidade de conhecer as principais estruturas da usina como tomada d´água, vertedouro, barragem e casa de força. Também assistiram a apresentação das ações dos programas executados pela Teles Pires junto às comunidades indígenas da área de influência do empreendimento, debatendo e esclarecendo dúvidas. Antes da visita ao empreendimento o grupo esteve na aldeia polo Kururuzinho do povo Kayabi para conversar sobre o processo de implantação da Hidrelétrica e efetividade dos programas da CHTP.
Segundo o professor indígena Paulo Henrique Skiripi Rikbaktsa, da aldeia Barranco Vermelho, a visita e o intercâmbio são necessários para que os índios conheçam o processo de implantação e operação de uma usina hidrelétrica e as mudanças ambientais e sociais que podem ocorrer. "Essa visita é muito importante porque todos nós sabemos que existe um medo em relação aos grandes empreendimentos das usinas hidrelétricas e outros empreendimentos que afetam as comunidades indígenas. Então a visita é para a gente conhecer quais são os impactos ambientais e sociais. Vai servir de exemplo para a nossa auto-organização interna. Vamos conversar com a nossa comunidade para que a gente possa achar uma alternativa. Não somos contra o progresso, mas precisa ser um trabalho em conjunto com as comunidades", ressaltou a liderança do povo Rikbaktsa.
A CHTP é formada pelas empresas Neoenergia, Eletrobras Furnas e Eletrosul, e é a responsável pela implantação e operação da UHE Teles Pires, o 10º maior empreendimento do setor no Brasil, localizado na fronteira dos municípios de Jacareacanga (PA) e Paranaíta (MT). A usina entrou em operação comercial no segundo semestre de 2015 com potência instalada de 1.820 megawatts, energia suficiente para abastecer uma população de cinco milhões de habitantes. Em sua área de atuação desenvolve 45 programas socioambientais integralmente alinhados aos princípios da sustentabilidade que buscam a preservação ambiental da fauna, flora, água e solo local, além do respeito à diversidade cultural por meio da valorização da cultura indígena e a promoção de atividades econômicas e sociais na região.