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Trabalho inovador da Usina Teles Pires tem permitido aumento de denúncias de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes
Publicado em 21.11.2012 às 21h05
Fonte: UHE Teles Pires / Assessoria de Comunicação
A Companhia Hidrelétrica Teles Pires (CHTP) iniciou, em agosto de 2012, a execução de ações preventivas para o combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes com um resultado considerado inédito para o município de Paranaíta. "Conseguimos capacitar 100% dos profissionais da área de educação, bem como profissionais da saúde, assistência social e conselho tutelar de Paranaíta", afirma a Coordenadora dos Programas Sociais da Gerência de Socioeconomia da CHTP, Marilu Mazurechen.Segundo ela, participaram da capacitação continuada profissionais que atuam diretamente com crianças e adolescentes. São professores, vigias, serviços gerais, merendeiras, assistentes sociais, psicólogos, conselheiros tutelares, agentes de saúde, totalizando 270 profissionais em todo o Município. Além de capacitá-los para identificarem as vítimas, o trabalho fornece orientações sobre como agir e o encaminhamento a ser dado para denunciar o agressor e proteger a vítima, explica ela.A ação de enfrentamento à violência e ao abuso sexual de crianças e adolescentes integra o Programa de Reforço à Infraestrutura e aos Equipamentos Sociais (P.36), Programa de Interação e Comunicação Social (P.41) e Programa de Controle e Prevenção de Doenças (P.29), contemplados no Projeto Básico Ambiental da UHE Teles Pires. "Mais que um cumprimento do PBA, há um compromisso sério da CHTP em relação às ações sobre este problema", afirma a Coordenadora.Após a capacitação realizada em agosto, a CHTP deu início ao trabalho de monitoramento das ações que, segundo a coordenadora de programas sociais, consiste em acompanhar e orientar os profissionais das secretarias municipais de Educação, Saúde, Assistência Social, além do Conselho Tutelar, Polícia Civil, entre outros, na elaboração de projetos e execução de ações de combate e prevenção do abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Caso emblemáticoTrês meses depois da capacitação dos profissionais, já foi possível observar um aumento do número de denúncias da prática do crime. Um dos casos denunciados vem sendo considerado emblemático em Paranaíta, por atingir uma menina de apenas nove anos. Segundo relatos da coordenadora da CHTP, o caso foi identificado por profissionais da escola ao observarem o comportamento arredio da menina. Acionado, o Conselho Tutelar encaminhou a vítima para Alta Floresta para a realização de exames. Também, a área judicial foi acionada. Depois da denúncia, a avaliação é que a vítima ainda continua arredia. Ela não deixa a própria mãe lhe fazer carinho. As noites de sono, porém, mudaram. Na época em que estava sofrendo abuso, pelo período de um ano, a menina tinha sono agitado. O relato da família é que o sono dela tem sido bem tranquilo. Em conversa com integrantes do Conselho Tutelar, a menina demonstrou alívio em denunciar o abuso. A investigação ainda continua e corre em segredo de justiça, uma vez que não houve flagrante.A capacitação permitiu também que os profissionais que atuam diretamente com crianças e adolescentes ficassem mais atentos ao comportamento dos estudantes, conta a professora Rosa Maria Rodrigues, da Escola Municipal Nossa Senhora das Graças, localizada no Jardim Amazonas. "No passado, já havia me deparado com possíveis casos. Porém, por falta de conhecimento, não soube identificar (a existência de um caso de abuso sexual)", disse ela.A professora Adriana Lúcia Mariane, da Escola Estadual João Paulo I, ressaltou que os principais resultados da capacitação poderão ser observados em médio e longo prazo. "Está acontecendo uma mudança de comportamento", avalia. Segundo a professora, com essas ações, as pessoas estão perdendo o medo de denunciar. Ela ressalta que os principais resultados serão observados a médio e longo prazo. A professora atua há oito anos como docente e reside há 29 anos em Paranaíta.A professora e orientadora da Escola Municipal Juscelino Kubitschek, Marilda da Silva, observa que o mais importante é que os professores estão tendo acesso à informação. "Está havendo uma orientação clara, que está contribuindo com os projetos (elaborados durante a capacitação) e com os trabalhos desenvolvidos pelos professores nas escolas", disse. Segundo ela, os profissionais, a partir da capacitação, passaram a ter em mente os sinais para identificar uma vítima de abuso ou exploração sexual. Choro constante e comportamento agressivo são alguns sintomas, afirma. "Passamos a ter uma nova visão", disse Marilda. Ela verificou, no entanto, que é lento o processo para conquistar a confiança de uma criança que pode ter sido vítima de abuso e permitir que ela faça a denúncia. "O trauma é muito grande", reconhece.ResultadosDepois de realizada a capacitação, cada uma das 15 instituições participantes – entre escolas, Secretaria de Assistência Social, Polícia Militar, Secretaria de Saúde e Conselho Tutelar – passou a desenvolver projeto voltado para o combate e prevenção do abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, com a realização de palestras e ações de orientação. Este trabalho vem sendo coordenado pela empresa Professor Fernandes Empreendimentos Educacionais (PROFEREEDUC), contratada pela Companhia Hidrelétrica Teles Pires.Os resultados das ações de prevenção e combate ao abuso e à violência sexual contra crianças e adolescentes serão apresentados por 13 projetos elaborados pelas entidades participantes, no dia 30 de novembro, no encerramento da Capacitação Continuada para profissionais que atuam com crianças e adolescentes. Estão previstas apresentações culturais indicadas pelos participantes. O evento será realizado em duas etapas: das 8h às 17h, serão expostos todos os projetos; das 19h às 22h, serão realizadas as apresentações artísticas locais. O encerramento da Capacitação Continuada para o enfrentamento de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes será realizado no Salão Paroquial de Paranaíta.