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Imprensa
UHE Teles Pires participa de Campanha de Combate ao Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes
Publicado em 23.05.2014 às 22h30
Fonte: UHE Teles Pires / Assessoria de Comunicação
Para estimular ações de enfrentamento aos vários tipos de violência e exploração que atingem menores de idade no município de Alta Floresta, a Secretaria municipal de Assistência Social e o Conselho Municipal da Criança e Adolescente (CMDCA/AF) realizaram no mês de maio, a Campanha Faça Bonito. A ação contou com o apoio da Companhia Hidrelétrica Teles Pires e de autoridades publicas em palestras, ações de panfletagem e caminhadas para alertar e conscientizar a população sobre esse tipo de crime.As ações também estiveram ligadas ao dia 18 de maio, conhecido como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes. Segundo o diretor de Meio Ambiente da UHE Teles Pires, Marcos Duarte, quando o empreendimento chegou à região, em 2011, pesquisas apontavam que Alta Floresta estava em quarto lugar na lista de municípios do estado de Mato Grosso com altos índices de violência infantil. “Ao recebermos essa informação, assumimos o compromisso de não deixar os números de vítimas aumentarem. Já temos trabalhado o tema em campanhas de conscientização e na promoção do curso de pós-graduação em Políticas Sociais de Enfrentamento da Violência e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes em parceria com as prefeituras", destacou Duarte.De acordo com o presidente do CMDCA, Clodoaldo Adamczuk, em 2013, foram registrados 394 casos de violência contra criança e adolescentes, em Alta Floresta. Deste total, 170 foram casos de abuso sexual, 41 de violência física e 102 de violência psicológica. Há ainda registros de três casos de exploração sexual e 78 de negligência. Os dados apontam que 72 crianças ou adolescentes foram vítimas do pai e 42 da própria mãe. Outros 32 casos foram praticados pelo padrasto, 01 pelo irmão, 11 por tios, 11 pelos avós e os demais por vizinhos, amigos da família ou pessoas estranhas.Combate às agressõesNo dia 15 de maio, cerca de 120 pessoas participaram da Revendo Conceitos Sobre os Autores de Violência Sexual Contra Crianças e Adolescente, ministrada por Karen Michel Esber - mestre em Psicologia Social e superintendente de Políticas de Atenção Integral à Saúde. O Encontro ocorreu no Museu de História Natural e contou com a presença de pessoas ligadas as áreas da saúde, educação, juizados, defensorias e promotorias. Além da participação do Ministério Público, conselhos municipais e estudantes da comunidade. Após ter coordenado por 11 anos um programa de atendimento a abusadores sexuais, em Goiás, Karen Michel defendeu a implantação de ações de atendimento psicoterapêutico e acompanhamento dos agressores dentro da rede de proteção de crianças e adolescentes. "No âmbito governamental, somente o Distrito Federal desenvolve um trabalho com os agressores, mas proteger nossas crianças significa também cuidar dos abusadores. Não há como interromper o ciclo de violência cuidando apenas de uma parte dos envolvidos. Precisamos trabalhar para que eles não repitam as mesmas ações.”Segundo Esber, não existe um perfil definido para o agressor, por isso é importante estar atento a qualquer situação estranha ou desconforto da criança. "Qualquer pessoa pode ser um abusador. Pode ser um estranho ou mesmo membros da família. São vários tipos de pessoas que podem cometer esses atos", afirma. Durante o evento a secretária de Assistência Social de Alta Floresta, Luzmaia de Araujo, citou dados do Disque 100, número usado para denúncias de violência e exploração infantil, que apontam que no Brasil a cada oito minutos uma criança é abusada e a maior parte dos abusadores está no âmbito familiar. "Vamos proteger nossas crianças, não vamos nos calar, porque quando ficamos quietos, significa que estamos consentindo. Ligue para o Disque 100 e denuncie", pediu a secretária.Até dezembro deste ano, os profissionais das escolas da rede pública vão receber capacitação para identificar vítimas de violência, abuso ou exploração com orientações de como abordar o assunto e fazer os encaminhamentos necessários.